quarta-feira, dezembro 31, 2008

ANO NOVO


ANO NOVO

Mais um Natal se passou!
Com saúde, com presentes, com deliciosas iguarias...
Com magia???...
Com muito trabalho!
E, como ouvi num programa da Rádio, que tal o Natal passar a chamar-se “Natália” em homenagem às mulheres?
Mas vem aí o Ano Novo. A festa da Passagem do ANO.
Nunca foi festa que me encantasse por aí além. E muito menos nos tempos que correm!
Em outras épocas até nem deixava de ter a sua piada.
Vestidos a rigor esperávamos a vinda do Ano Novo (coitado do Ano Velho! - ninguém nunca se lembra que vai morrer...). E à meia-noite, por cada badalada do relógio, comia-se uma passa de uva. Depois brindava-se ao Ano recém-chegado com uma taça de champanhe. E com música mais ou menos suave (conforme os gostos e as idades) continuávamos em alegre convívio por mais algum tempo.
Mas a tradição já não é o que era!
Vestidos a rigor? Uns sim, outros não – que grande confusão!!!
Esperar pelas badaladas do relógio? Mas agora os relógios já nem dão badaladas…
Por isso, seja de que forma for, todos esperam pelo sinal de partida (ou chegada, sei lá) para, de uma só vez, comerem 12 passas, gritarem, saltarem e continuarem a beber. Já se bebe há algumas horas: vinho, champanhe, cerveja…
E o que interessa é continuar a beber pela noite fora: álcool, muito álcool, mais álcool ainda!
No primeiro dia do ano a recordação é maravilhosa! Dores de cabeça, má disposição, “deixem-me dormir”!
E há aqueles que fazem viagens enormes para ver um fogo de artifício…
Ainda bem que há gostos para tudo… Senão, como diz o velho ditado, “ninguém gostava do amarelo”! Por mero acaso, eu até gosto!
Mas com ou sem festa, com ou sem tradição, que o Ano Novo vos traga a todos, meus amigos, as maiores alegrias e felicidades.
Esqueçamos por momentos a crise, e sonhemos que estão a chegar 365 dias de paz e felicidade na Terra. Sonhar não custa!

Um abraço

Zaida

sábado, dezembro 13, 2008

Feliz Natal para todos

(presépio de autoria da escultora Fernanda Lage)

Natal de 1950
Noite de Natal

A casa cheirava tão bem! A fruta; aos cozinhados que a Tá (a minha querida Tá – a Joaquina – uma empregada – criada como se dizia então – que me viu nascer e ainda hoje guarda por mim especial carinho), a minha mãe e a minha avó Clementina preparavam; ao musgo fresco do presépio acabado de construir. À entrada de casa, numa enorme bancada. Não faltava nada: a gruta em pedra e troncozinhos onde se abrigavam Nª Sª, S. José, o Menino Jesus, o boi e o burro; as casas da aldeia (feitas em cartão pela minha mãe), os rebanhos e seus pastores (entre eles um que a minha mãe baptizara de “Atão” – o pastor que guardava as ovelhas com um cão), os peregrinos que se dirigiam a Belém com mil ofertas, os caminhos de areia, o rio, o lago, a neve, e lá ao longe, os três Reis Magos.
A Madalena, uma amiga com “mãos de fada”, fora passar o Natal connosco. E que atarefada andara a fazer roupas pequeninas! Todas em cor-de-rosa. Para algum bebé seriam…
Jantámos e eu e o meu irmão fomos mandados para a cama. Caso contrário o Menino Jesus não desceria pela chaminé para pôr nos nossos sapatinhos os presentes tão desejados.
E lá fomos nós, não sem antes termos deixado na chaminé, bem à vista, os nossos sapatos mais novos e bem limpinhos. Havia que mostrar ao Menino Jesus que éramos meninos bem comportados!
Ainda cedo, madrugada, acordei. Corri à cozinha. No meu sapatinho, o presente mais desejado: uma cadeirinha de bebé igualzinha à dos bebés verdadeiros e um bebé, também igualzinho aos bebés verdadeiros, todo vestidinho como se verdadeiro fosse! De roupinhas cor-de-rosa! Não lhe faltava nada, desde as roupinhas interiores, babetes, casaquinhos e até uns sapatinhos de verdadeira pele!
Lembro-me de ficar maravilhada e de gritar: “Mãezinha, Paizinho, Madalena! O Menino Jesus trouxe-me um bebé com roupinhas e tudo!”.
Ainda hoje sinto o encanto desse dia!
E que bom seria, que presente enorme do Menino Jesus, se os meus netos, um dia, já idosos como eu, pudessem recordar-se, com saudade e encanto, dos seus Natais!
Tudo fiz, tudo faço e tudo farei, para que esta magia maravilhosa não desapareça, nunca!
São momentos desta felicidade mágica que fazem com que a vida mereça a pena.
Feliz Natal para todos.
Um abraço,

Avó Zaida
13 de Dezembro de 2008