terça-feira, abril 14, 2009

Saudades...

Zé Manel

Nasceste a 15 de Novembro de 1974.
Faz hoje 9 anos, um estúpido acidente roubou-te a vida. Tinhas vinte e cinco anos.
Nunca o esquecerei.
Nunca te esquecerei.

-

Nasceu um menino

Nasceu um menino.
Fui vê-lo,
agarrá-lo,
tocar-lhe,
abraçá-lo.

O menino do meu irmão!

Tão pequenino,
magrinho,
tão frágil...
Mas já tão bonito!

O menino do meu irmão!

O tempo passou.
O menino está grande,
gordinho,
risonho.
E tão carequinha...
Que lindo ele está!

O menino do meu irmão!

O tempo passou,
passou e passou.
O menino cresceu,
se fez homem.
Que lindo ele está!

O menino do meu irmão!

E um dia, tu, morte,
para ele olhaste...
Maldito esse dia!
Contigo o levaste.
De nós o roubaste.

Que jovem tão lindo!
De nós o roubaste.

O menino do meu irmão!
Meu menino também!

Zaida

sábado, março 28, 2009

POESIA


Dia 21 de Março foi dia mundial da poesia.
Foi dia de poesia. Poesia foi dita nas ruas. Poesia foi dita nas rádios. Poesia foi dita nas escolas.
Lembraram-se alguns poetas. Outros continuaram esquecidos ou mesmo ignorados. Respirou-se poesia, no dia 21.
E depois? Depois vamos, por certo, continuar a passar ao lado da poesia, tão distraídos, que nem por ela damos. Porque a poesia está em toda a parte – nas coisas fantásticas, nas coisas mais simples.

Poesia
Para quê buscar-te para além dos astros
Se andas tão perto de nós?” - Sebastião da Gama

Cassiano Ricardo, poeta brasileiro, escreveu um dia
Poesia
é uma ilha
rodeada de palavras
por todos os lados

Mas será a poesia apenas palavras? Não será a poesia, mais do que a arte de juntar palavras, uma maneira de ver e sentir o mundo e a nós próprios?

“Se eu soubesse pintar
Os meus poemas seriam pinturas

Se eu soubesse compor
Os meus poemas seriam música

Se eu soubesse esculpir
Os meus poemas seriam esculturas

Se eu soubesse dançar
Os meus poemas seriam bailados

Mas sei apenas escrever
E os meus poemas são tão-somente palavras.” - Zaida Paiva Nunes - “Talvez”


POESIA

Ai deixa, deixa lá que a Poesia
no perfume das flores, no quebrar
das ondas pela praia,
na alegria
das crianças que riem sem porquê
-deixa lá que se exprima, a Poesia.

Fica sentado aí aonde estás, Poeta,
e não mexas os lábios nem os braços:
deixa-a viver em si;
não tentes segurá-la nos teus braços.
Não pretendas vesti-la com palavras...

Se a queres ter,
se a queres sempre ver pairando à flor das coisas, fica aí
no teu cantinho, e nem respires, Poeta, e não te bulas,
pra que ela não dê por ti.

Não a faças fugir, toda assustada
com a tua presença...
Deixa-a, nua, pairando à flor das coisas,
que ela não sabe que a viste,
nem sabe que está nua,
nem sequer sabe que existe...” - Sebastião da Gama - “Serra-Mãe”

Obrigada por partilharem comigo estes momentos de poesia.
E peço-vos, vão ao blogue “Escolinha dos lápis”. Vejam a poesia das crianças da Escola Básica nº 1 de Leiria – Escola Branca. QUE ENCANTO!
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quarta-feira, dezembro 31, 2008

ANO NOVO


ANO NOVO

Mais um Natal se passou!
Com saúde, com presentes, com deliciosas iguarias...
Com magia???...
Com muito trabalho!
E, como ouvi num programa da Rádio, que tal o Natal passar a chamar-se “Natália” em homenagem às mulheres?
Mas vem aí o Ano Novo. A festa da Passagem do ANO.
Nunca foi festa que me encantasse por aí além. E muito menos nos tempos que correm!
Em outras épocas até nem deixava de ter a sua piada.
Vestidos a rigor esperávamos a vinda do Ano Novo (coitado do Ano Velho! - ninguém nunca se lembra que vai morrer...). E à meia-noite, por cada badalada do relógio, comia-se uma passa de uva. Depois brindava-se ao Ano recém-chegado com uma taça de champanhe. E com música mais ou menos suave (conforme os gostos e as idades) continuávamos em alegre convívio por mais algum tempo.
Mas a tradição já não é o que era!
Vestidos a rigor? Uns sim, outros não – que grande confusão!!!
Esperar pelas badaladas do relógio? Mas agora os relógios já nem dão badaladas…
Por isso, seja de que forma for, todos esperam pelo sinal de partida (ou chegada, sei lá) para, de uma só vez, comerem 12 passas, gritarem, saltarem e continuarem a beber. Já se bebe há algumas horas: vinho, champanhe, cerveja…
E o que interessa é continuar a beber pela noite fora: álcool, muito álcool, mais álcool ainda!
No primeiro dia do ano a recordação é maravilhosa! Dores de cabeça, má disposição, “deixem-me dormir”!
E há aqueles que fazem viagens enormes para ver um fogo de artifício…
Ainda bem que há gostos para tudo… Senão, como diz o velho ditado, “ninguém gostava do amarelo”! Por mero acaso, eu até gosto!
Mas com ou sem festa, com ou sem tradição, que o Ano Novo vos traga a todos, meus amigos, as maiores alegrias e felicidades.
Esqueçamos por momentos a crise, e sonhemos que estão a chegar 365 dias de paz e felicidade na Terra. Sonhar não custa!

Um abraço

Zaida

sábado, dezembro 13, 2008

Feliz Natal para todos

(presépio de autoria da escultora Fernanda Lage)

Natal de 1950
Noite de Natal

A casa cheirava tão bem! A fruta; aos cozinhados que a Tá (a minha querida Tá – a Joaquina – uma empregada – criada como se dizia então – que me viu nascer e ainda hoje guarda por mim especial carinho), a minha mãe e a minha avó Clementina preparavam; ao musgo fresco do presépio acabado de construir. À entrada de casa, numa enorme bancada. Não faltava nada: a gruta em pedra e troncozinhos onde se abrigavam Nª Sª, S. José, o Menino Jesus, o boi e o burro; as casas da aldeia (feitas em cartão pela minha mãe), os rebanhos e seus pastores (entre eles um que a minha mãe baptizara de “Atão” – o pastor que guardava as ovelhas com um cão), os peregrinos que se dirigiam a Belém com mil ofertas, os caminhos de areia, o rio, o lago, a neve, e lá ao longe, os três Reis Magos.
A Madalena, uma amiga com “mãos de fada”, fora passar o Natal connosco. E que atarefada andara a fazer roupas pequeninas! Todas em cor-de-rosa. Para algum bebé seriam…
Jantámos e eu e o meu irmão fomos mandados para a cama. Caso contrário o Menino Jesus não desceria pela chaminé para pôr nos nossos sapatinhos os presentes tão desejados.
E lá fomos nós, não sem antes termos deixado na chaminé, bem à vista, os nossos sapatos mais novos e bem limpinhos. Havia que mostrar ao Menino Jesus que éramos meninos bem comportados!
Ainda cedo, madrugada, acordei. Corri à cozinha. No meu sapatinho, o presente mais desejado: uma cadeirinha de bebé igualzinha à dos bebés verdadeiros e um bebé, também igualzinho aos bebés verdadeiros, todo vestidinho como se verdadeiro fosse! De roupinhas cor-de-rosa! Não lhe faltava nada, desde as roupinhas interiores, babetes, casaquinhos e até uns sapatinhos de verdadeira pele!
Lembro-me de ficar maravilhada e de gritar: “Mãezinha, Paizinho, Madalena! O Menino Jesus trouxe-me um bebé com roupinhas e tudo!”.
Ainda hoje sinto o encanto desse dia!
E que bom seria, que presente enorme do Menino Jesus, se os meus netos, um dia, já idosos como eu, pudessem recordar-se, com saudade e encanto, dos seus Natais!
Tudo fiz, tudo faço e tudo farei, para que esta magia maravilhosa não desapareça, nunca!
São momentos desta felicidade mágica que fazem com que a vida mereça a pena.
Feliz Natal para todos.
Um abraço,

Avó Zaida
13 de Dezembro de 2008

sábado, outubro 06, 2007

5 de Outubro de 2007

"Onde quer que fores, irei também; onde pernoitares, aí ficarei; o teu povo será o meu povo, o teu Deus o meu Deus." Rute, 1:16
António
Há 39 anos juntámos as nossas vidas, juntámos os nossos sonhos! Sabíamos os dois que um e outro não éramos perfeitos! Mas acreditámos que o nosso amor tudo suportaria, tudo superaria. Acreditamos que o nosso amor tudo suportará, tudo superará! Juntos nos rimos, nos zangámos; juntos enfrentámos bons e maus momentos; juntos partilhámos a alegria e a responsabilidade de sermos pais; juntos partilhamos a alegria imensa de sermos avós da Mafalda, do Guilherme e da Carolina. Agradeço a Deus e à Vida o termos envelhecido juntos! Agradeço a Deus o ter-te conhecido.
E vós, meus filhos, como seria bom continuarmos todos juntos a festejar os nossos casamentos! Mas a vida às vezes prega-nos partidas! No entanto, parafraseando Pam Brown, nunca se esqueçam que podem dar as mãos, olharem-se nos olhos uns dos outros. Descobrirão mais. Voltarão a amar-se; e hão-de amar-se ainda mais.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Verdade ou Consequência?

Olá

Há quanto tempo eu não vinha por estes lados!

Aproveitei e fui também dar uma olhadela ao "gatimanhos" e fiquei pasmada com tanta visita!

Não sei o que se passa comigo, mas a verdade é que não tenho tido apetência nenhuma para muitas das coisas que tanto me entusiasmaram num passado ainda recente. Será fruto da idade? Será do tempo? Será passageiro? Ou será para sempre?

E o que hoje aqui me traz é tão somente o desafio que a querida amiga "meninamarota" me lançou: participar no jogo da Verdade. E como consequência cá estou eu. Se bem que falar de mim própria não seja o que mais me agrade. Pensei, pensei, e então lembrei-me que nos poemazinhos que para aqui tenho (à espera de uma publicação ou, quem sabe?, de um caixote do lixo) há um em que falo de mim.

Eis pois a resposta ao seu desafio, Menina Marota:

Eu

Minhas senhoras e meus senhores
Permitam-me que me apresente.
Sou de Leiria
Minha terra bem-amada
Terra de encantos tais
Com seu rio, seu castelo,
Olivedos e pinhais.
Berço de tantos poetas
Que, rendidos a seus encantos,
Dela fizeram a Musa
De seus poemas e cantos.
Aqui vivi minha infância
Aqui cresci e estudei
Aqui conheci aquele
Com quem um dia casei
Aqui nasceram meus filhos
Aqui se casaram eles
Aqui nasceram meus netos.
Sou baixinha, sou gordinha
Gosto muito de falar.
Respingona, refilona
Por vezes também chorona.
Adoro presentes dar
E também de os receber.
Açorda de alho e ovos é uma detestação
Mas umas trouxinhas de ovos são a minha tentação.
Gosto de flores, de animais
De férias com a família
De ler revistas, jornais.
Adoro livros
Cheirá-los
Mexer-lhes
Lê-los.
Adoro livros e ler.
Gosto também de escrever.
O meu nome?
Bem, meus senhores,
Uma ajuda vos vou dar:
Com um Z começa ele
Com um A vai acabar.




Adoro leques. Este foi-me oferecido pela minha filha Inês que o trouxe da EXPO92 em Sevilha.

Reparem bem no lado direito e lá encontrarão o meu nome: Zaida...mas em Japonês! Eu acredito. E os meus amigos?

Um grande abraço e até sempre.

Zaida

terça-feira, janeiro 23, 2007

PAI

Hoje, 23 de Janeiro, o meu querido pai faria 90 anos. Não estou triste, mas a saudade bateu-me forte. Há dias e épocas em que nos lembramos com mais intensidade dos que nos foram, nos são e continuarão sempre a ser, muito queridos.
Para ti, Paizinho, esta singela homenagem:
-
Sempre

Hoje seria o dia do teu aniversário.
Não o esqueço
Não o esquecerei jamais.

Não ando a gritá-lo a toda a gente

Não me interessa dizer aos outros
que eu me lembro de ti

Não me interessa dizer aos outros
que ainda sonho contigo

Não me interessa dizer aos outros
que continuo a amar-te
que sinto a tua falta.

A tua recordação está sempre comigo
No dia de hoje
Todos os dias
Eternamente.


Zaida